quinta-feira, agosto 03, 2006

ingénuos

Posso ver animaizinhos e crianças a morrer num filme que não me comovo. Posso até sentir aquele amor destroçado no ecrã, mas não me caem lagrimas... No entanto pareço uma carpideira em dia de funeral quando me surgem aquelas decisões difíceis como, traír um irmão por um ideal, ou acabar um amor por uma questão moral. É de partir o coração... Enfim idealistas o que se pode fazer se hoje em dia os chamam de ingénuos.

Profundis...

Porque a Vida é tão perversa como a Morte e o Bem tão pesado como o Mal, há que viver a vida até à morte rumando-a de encontro ao nosso bem, o que pode para outros ser mal.

segunda-feira, julho 31, 2006

simplesmente não sou eu...

desespero, angústia

o desejo de fugir, esconder-me
deixar o tempo escorrer sem me ver.

sentir o sol, queima
sentir a lua, endoidece
sentir o dia, arde
sentir a noite, arrefece.
sentir... dói

Dói sem razão,
Dói sem motivo
Será dor de sazão
Aquela, olhar altivo
nariz empertigado
costas direitas

espero que passe, pois esta não sou eu...

sexta-feira, julho 28, 2006

Quero ser egoista

O mundo lá fora, desmurena-se, e eu no meu cantinho quente durmo descançada.
Quiçá não me deveria revirar na cama, mergulhada num mar de insónias, preocupações sobre o futuro, interrogações ao caminho que levamos como um todo. Mas não...
Posso, talvez não dormir uma noite descansada, mas as insónias devo-as às farras, que com esta época quente, me chamam como perdição.
Deveria indignar-me mais talvez, tentar, com os meus escassos meios, ajudar quem sofre mais do que eu, mas não...

quero sentir-me feliz, amada, segura, sorridente. Quero divertir-me passear e não ser incomodada... quero ser o mais egoista para o mundo e o mais generosa com quem me ama.

quarta-feira, julho 19, 2006

Kill or be killed is the battle cry
Squeeze that trigger son and do not blink an eye

Booboetraps are set everywhere
Be very alert son and step with care
Always watch your buddies' backs
Be prepared for ambush attacks

You must have nerves of steel
Any weakness do not reveal

On the battlefield in the medow
A place no man should be,
Fight for the price of freedom
So that we can all be free.

Guerra

- Porque é que há guerra mãmã?
- Porque as pessoas não conseguem resolver os problemas falando.
- Mas é porque não conseguem falar?
- Não, simplesmente não chegam a um entendimento.
- Mas porquê? Não dizes sempre que se falarmos com calma, havemos de chegar a um acordo.
- E é verdade, mas as pessoas que fazem a guerra não conseguem falar com calma.
- AH! Já percebi.

...

Minutos depois...

- Que andas a fazer, meu amor?
- Estou a ver se chego ao chá de camomila. Mãe depois dizes-me a morada dos senhores que fazem a guerra? Talvez com um pouco de chá se acalmem um bocadinho.

terça-feira, julho 11, 2006

In visions of the dark night
I have dreamed of joy departed
But a waking dreams of life and light
Hath left me broken-hearted.

Ah! what is not a dream by day
To him whose eyes are cast
On things around him with a ray
Turned back upon the past?

That holy dream -- that holy dream,
While all the world were chiding,
Hath cheered me as a lovely beam
A lonely spirit guiding.

What though that light, thro' storm and night,
So trembled from afar
What could there be more purely bright
In Truths day-star ?

A dream, by Edgar Allan Poe

When You are Old

When you are old and grey and full of sleep,
And nodding by the fire, take down this book,
And slowly read, and dream of the soft look
Your eyes had once, and of their shadows deep;

How many loved your moments of glad grace,
And loved your beauty with love false or true,
But one man loved the pilgrim soul in you,
And loved the sorrows of your changing face;

And bending down beside the glowing bars,
Murmur, a little sadly, how Love fled
And paced upon the mountains overhead
And hid his face amid a crowd of stars.


Yeats

sexta-feira, junho 23, 2006

Caminho

Existem verdades que são indiscutíveis
Existem palavras que têm força
Existem vontades indestrutíveis
Segredos de segurança

Mas, mentira, é pesadelo
Fraqueza, um galho no chão
Ódio, inveja, dor de cotovelo
Maldade, falsidade e solidão
Inércia, que vício sem fim!
Pesos, não os quero em mim

terça-feira, maio 02, 2006

"Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anônima viuvez,


Ondula como um canto de ave
o ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.


Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida.


Ah, canta, canta sem razão !
O que em mim sente 'stá pensando.
Derrama no meu coração a tua incerta voz ondeando !


Ah, poder ser tu, sendo eu !
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso ! Ó céu !
Ó campo ! Ó canção ! A ciência


Pesa tanto e a vida é tão breve !
Entrai por mim dentro !
Tornai Minha alma a vossa sombra leve !
Depois, levando-me, passai !"


a consciência é simplesmente isto...

Consciencia

Teus olhos, que reflectem a aura ao amanhecer, vivem, olham, miram, ficando depois cansados. Mais tarde ficarão dislumbrados com a luz do amanhecer. Pensando que a podem tocar morrerão, por tentarem ter chegado demasiado perto. Desta morte aprendemos que existem mistérios que necessitam de permanecer mistérios para conseguirmos sobreviver. Por mais longo que tenha sido o caminho espiritual que tenhamos percorrido, ainda não temos forças, nem conhecimentos suficientes para sermos defrontados com determinadas verdades.
O Sol, astro que emana a luz que revela o dia, obtém as suas partículas de fontes cientificamente provadas, e comprovadas. Mas a sua essência provem de sítios com origens desconhecidas, que se revelam a cada alma de modo diferente. Sentimo-nos submersos e assolados por eles quando não estamos preparados a ver o que nos está a mostrar.
A vida é assim, por vezes é tão intensa que não conseguimos apreciá-la de modo correcto, se é que este modo existe de uma forma definida. Por outras e especialmente se não lhe prestarmos a atenção que ela merece, esconde-se e permanece nas sombras para nos recordar muitas vezes de modo bastante cruel que ainda existe.

domingo, março 12, 2006

Pesadelos

Nunca te disse mas tenho pesadelos. Pesadelos!

Pesadelos não são mais do que sonhos que não gostamos, e como estes podem ser lembranças ou imaginação.
Pesadelos que surgem durante as noites em que não te tenho, durante as noites em que te ausentas. Pesadelos que se prolongam por largas horas durante o dia, e se arrastam por vários dias.
São pesadelos, nada mais, e mesmo sendo apenas imagens esfumaçadas dum mundo ausente, aqui estou eu a falar deles.

Dorme comigo hoje!! Amanhã, ... depois... Não me deixes novamente só, neste escuro silêncio da bruma nocturna.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Sonhos , começo

- O que são sonhos, sabes?
Realidade é o meu mundo,
mas acredito na sua beleza.
Serão isso eles no fundo?!

- Sonhos não são mais que a aspiração
de tornarmos algo realidade.
Não passam de uma efémera concepção
à qual nos vemos subjugados.