quinta-feira, março 29, 2007

Somos sempre especiais....

No mundo somos sempre únicos, não existem outros como nós.
Somos únicos por diversas razões; pela forma como crescemos, por aquilo que passamos, porque alguém que também é único nos ama de uma forma única.
Quando pensamos que estamos no mundo a preencher apenas um espaço, talvez seja melhor pensarmos que estamos no mundo a preencher UM espaço.

terça-feira, março 20, 2007

Ele, há dias...

Há dias que simplesmente deveriam existir com aviso. Um aviso bem grande assim que se acorda, para que não sejamos apanhados de surpresa, ... É que sinceramente,...
Hoje poderia escrever um texto inteirinho em como tenho a certeza que o mundo inteiro se virou contra mim... E o pior é que o dia não acabou, e o meu optimismo costumeiro desvanece-se com a espectativa do que ainda há-de vir.
"Ele, há dias..." que chegam quase ao ponte de mais valerem não existirem, mas depois penso que secalhar, para outro alguém este até foi um dia muito bom,... mas sinceramente, era necessário o equilíbrio do universo recair inteiro em mim?????? Fod#$!#? (só isto para quem me conhece revela o quão mau foi).

domingo, março 18, 2007

Para quem se lembra

A música e os aromas têm o poder de nos transportar para lá da memória, basta ouvir um som conhecido que somos capazes de reviver momentos que se passaram com uma intensidade tal que parece estarmos lá denovo. O mesmo sucede com os cheiros...
Que poder é este que os nossos sentidos têem...


Para quem se lembra, aqui fica uma memória:

LUA - Pedro Abrunhosa

sexta-feira, março 16, 2007

histórias

- Já te disse que não, e não há mas nem meio mas, não é não.
- Retrogada, és sempre a mesma coisa, nunca se pode esperar nada de ti, a não ser isso.
- Não me fales assim, o respeitinho é bom e eu gosto.
- Sou maior e vacinado falo como bem me apetecer.

No silêncio da sala de estar, sentados a ler no sofá:
- Estão outra vez a discutir - diz uma voz pequenina
- Não, é apenas o seu modo de conversar - soa uma mais experiente

Saudades

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.



Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem setimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso fui o único poeta da Natureza.

Alberto Caeiro

terça-feira, março 13, 2007

Como acordei hoje...

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,
Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.


Fernando Pessoa

Quando nos dizem que é possível fazer algo, podemos não acreditar ao princípio, até nos pode magoar, mas... com o tempo apercebemo-nos que se calhar não é tão irreal assim... Pior para quem falou...

sexta-feira, março 09, 2007

"Ó mar salgado
Eu sou só, mais uma
Das que aqui choram
E te salgam a espuma

Ó mar das Trevas
Que somes galés
Meu pranto intenso
Engrossa as marés

Ó mar das Índias
Lá nos teus confins
De chorar tanto
Tenho dores nos rins

Choro nesta areia
Salina será
Choro toda a noite
Seco de manhã

Ai ó mar roxo
Mar abafadiço
Poupa o meu homem
Não lhe dês sumiço

Que sol é o teu
Nesses céus vermelhos
Que eles partem novos
E retornam velhos

Ó mar da calma
Ninho do tufão
Que é do meu amor
Seis anos já lá vão…

Não sei o que o chama
Aos teus nevoeiros
Será fortuna
Ou bichos carpinteiros"