quarta-feira, setembro 21, 2005

Uma menina

Um dia conheci uma menina, corria, falava, ria, chorava como qualquer criança da sua idade. Mas as suas brincadeiras revelavam algo de especial, algo que a tornava diferente, fazendo-a sobresair sem se saber uma razão concrecta. As suas correrias eram fluentes, melodiosas, as palvras e os gritos coexistiam em harmonia com o ambiente que a envolvia. Os risos e os chorostranformavam a sala num mundo de sonhos em que o soalho eram um palco, os candeeiros holofotes as cadeiras o coro da companhia. As meias eram sapatilhas de cetim cor-de-rosa, o vestido de chita, o mais belo tule.
Um dia conheci uma menina que sonhava ser bailarina.
Mais tarde reconhecia no pátio dum colégio onde aprendia para ser escritora.
Anos volvidos, lágrimas choradas, risos comidos, verdades cortadas, senti-a num estudio caloroso onde descortinava o significado da primeira posição.
Escrevo estas linhas hoje porque esta noite, envolto em brilhos de prata, reodeado por sons de palmas, descobri um sorriso familiar.

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